Pesquisa

Abordagem endoscópica de adenomas duodenaisna Polipose Adenomatosa Familiar: um coorteretrospetivo

Joana Lemos Garcia

Médica Gastrenterologista no Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil

Introdução: A Polipose Adenomatosa Familiar é uma condição hereditária causada pela mutação no gene APC. Com medidas de rastreio de cancro do cólon (o mais frequente), os adenomas do duodeno, que ocorrem em mais de 90% dos casos, tornam-se a principal causa de morbi/mortalidade. Quando os adenomas têm mais de 10mm, são removidos endoscopicamente, para reduzir o risco de cancro.

Objetivo: Avaliar a eficácia e segurança da excisão endoscópica de adenomas duodenais.

Métodos: Incluídos todos os doentes com PAF submetidos a terapêutica endoscópica de adenomas duodenais ≥10 mm entre janeiro/2010-fevereiro/2021.

Resultados: Em 151 famílias com PAF, incluídos 22 doentes (50 lesões). Em 54.5% dos casos,

foi necessária uma nova endoscopia terapêutica. Dimensão mediana do maior adenoma: 15 mm. Em dois casos, a resseção endoscópica foi incompleta (fibrose em local de resseção prévia:1; posicionamento:1). Complicações em 6.3% das lesões ressecadas (4 doentes), a maioria ligeiras (um caso com necessidade de cirurgia) e após ampulectomia (adenomas localizados sobre a papila de Vater). Nenhum doente apresentava adenocarcinoma. Um doente com muitos adenomas duodenais (doença Spigelman IV), não controlável endoscopicamente, realizou duodenopancreatectomia (sem cancro).

Conclusão: A vigilância e tratamento endoscópicos de adenomas duodenais em doentes com

PAF revelaram-se seguros e eficazes na prevenção de cancro duodenal.

Consulte aqui mais informações.