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Um estudo publicado na revista Nature /(1) analisou de que forma diferentes fatores influenciam as respostas imunitárias, tendo identificando o tabagismo, a infeção latente por citomegalovírus e o índice de massa corporal (IMC) como importantes determinantes da variabilidade na secreção de citocinas, elementos essenciais na resposta do organismo a desafios imunológicos. Estes fatores demonstraram ter um impacto comparável ao da idade, do sexo e da genética. Relativamente ao tabagismo, descobriu-se que este afeta tanto a imunidade inata como a adaptativa. O impacto nas respostas inatas desaparece rapidamente após o abandono do hábito, estando associado aos níveis plasmáticos de CEACAM6. Contudo, os efeitos sobre a imunidade adaptativa permanecem durante muito tempo depois de a pessoa deixar de fumar, devido a uma “memória epigenética”. Esta persistência está relacionada com alterações na metilação do ADN em reguladores metabólicos e ativadores de sinal. Os resultados sugerem que o tabagismo desempenha papéis distintos a curto e longo prazo na regulação de diferentes respostas imunitárias, o que pode ter implicações clínicas relevantes, nomeadamente aumento do risco de infeções, cancro e doenças imune-mediadas, vários anos após o abandono do hábito. Este estudo sublinha a importância de considerar os efeitos prolongados do tabagismo no sistema imunitário.

(1) Saint-André, V., Charbit, B., Biton, A.et al.Smoking changes adaptive immunity withpersistent effects.Nature626, 827–835 (2024).https://doi.org/10.1038/s41586-023-06968-8