Pesquisa

Sabia que

O estudo analisou amostras de saliva de 98 participantes: 30 com cancro gástrico, 30 com condições pré-neoplásicas e 38 controlos saudáveis. Observaram-se diferenças significativas na composição bacteriana entre os indivíduos saudáveis e aqueles com cancro gástrico ou condições pré-malignas. Curiosamente, os microbiomas dos grupos com cancro e pré-cancerosos apresentaram semelhanças, sugerindo alterações precoces no ambiente gástrico que podem preceder o desenvolvimento do cancro.

Os investigadores identificaram 13 géneros bacterianos que distinguiram entre os grupos de controlo e os grupos com cancro/pré-cancro. O modelo estatístico com base na composição do microbioma oral conseguiu uma AUC de 0.74 para discriminar  os casos, valor que aumentou para 0,91 quando foram incluídas variáveis clínicas demográficas e co-morbilidades. Este resultado indica um potencial promissor para uma ferramenta de triagem não invasiva.

No entanto, os desafios incluem a variabilidade natural dos microbiomas influenciada pela dieta, probióticos e antibióticos, o que poderá afetar a precisão do teste em diferentes populações, assim como a necessidade de estender o estudo e a sua validação em populações de maiores dimensões. Apesar destas limitações, o estudo aponta para o potencial da análise do microbioma oral na deteção precoce do risco de cancro gástrico, e pode ter implicações significativas no desenvolvimento de métodos de rastreio precoce acessíveis e não invasivos para o cancro gástrico, uma doença com elevadas taxas de mortalidade global.. A validação em coortes maiores é crucial para confirmar a sensibilidade e especificidade.

Referências

Perati SR, Usyk M, Adams A, et al. 949 ORAL MICROBIOME SIGNATURES AS POTENTIAL BIOMARKERS FOR GASTRIC CANCER RISK ASSESSMENT. Gastroenterology. 2024;166(5):S-1827. doi:10.1016/S0016-5085(24)04680-8